*Por Luiz Bento
“O olho do
dono é que engorda o gado.” Esse não é apenas um dito popular, mas uma
realidade quando se trata de negócios, ainda mais quando os furtos e fraudes cometidos
por funcionários constituem 16% do faturamento, segundo Estudo do Provar
(Programa de Administração de Varejo), da FIA-USP, dado mais recente
disponível.
Existem
diversas maneiras de uma empresa ser fraudada por seus colaboradores através da
utilização indevidas de alçadas nos seus sistemas, nas quais os proprietários
devem ficar atentos como:
·
Oferecer
gratuitamente itens no atendimento de balcão - tais como bebidas ou sobremesas - a
um cliente visando receber uma gorjeta acima de média;
·
Troca
de itens – Lançar
um item de menor preço e embolsar a diferença em dinheiro;
·
Alterar
pedidos após impressão da pré conta - O funcionário, com auxilio do gerente
ou caixa, imprime um pedido no valor total e apresenta ao cliente. Depois que o
cliente paga em dinheiro, o funcionário cancela um item do pedido e embolsa a
diferença;
·
Alegar
falsa solicitação do cliente –
Funcionário apresenta a conta com pagamento inferior ao total, alegando ao
gerente que o cliente se recusou a pagar um dos itens e embolsa a diferença;
·
Transferência de item – Transferir itens que não tem controle
por impressão de comanda de uma conta a outra para embolsar a diferença.
Dentro desse cenário, a tecnologia
entra como um grande aliado para reduzir as fraudes internas. Além das
instalações de câmeras de segurança, cofres eletrônicos e sistemas de acesso
(fechaduras com senha, catracas digitais), já existem softwares no mercado que
ajudam o proprietário a identificar em tempo real possíveis furtos.
Uma das soluções disponíveis permite que o
dono monitore as transações em seu estabelecimento em tempo real para
identificar qualquer atividade fraudulenta ocorrendo no estabelecimento. Assim,
tem tempo hábil para verificar a ação e evitar o roubo. O software também gera
relatórios e análises que permitem ao proprietário ver suas perdas e decidir da
melhor forma. Além disso, essa tecnologia ajuda a melhorar os controles
operacionais para que não haja furtos novamente, ou seja, os controles são
adaptados para refletir os mais recentes padrões de desvio, protegendo o
restaurante contra os tipos de golpes
mais recentes.
Porém, para definir a necessidade de
investimento em tecnologia, a empresa deve primeiro saber quanto está perdendo.
O valor destinado ao investimento em segurança não deve ser maior do que as
perdas.
Um levantamento feito pela Associação
Brasileira de Segurança Orgânica (ABSO) mostra que pelo menos 5% dos empregados
furtariam no local de trabalho se tivessem uma oportunidade.
Por isso, uso outro ditado para finalizar
esse texto: “Prevenir é melhor do que remediar”. Claro que organizando os
custos para não ter mais prejuízo e também aliando a tecnologia a uma boa
gestão dos funcionários, pois se o colaborador se sente comprometido,
valorizado e bem remunerado, os furtos tendem a diminuir.
*Luiz
Bento é diretor comercial da NCR Brasil.
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