TI mais inteligente para o varejo

Fonte: Decision REPORT (Bruno do Amaral)


Para quem tem comércio, um dos fatores mais importantes para atrair clientes e otimizar os negócios é investir na tecnologia para frente de loja. Se por um lado já é comum a utilização de computadores e mesmo softwares de gerenciamento, o próximo passo é integrar isso com a crescente adoção de dispositivos móveis como smartphones, com capacidade para conexão com a internet e mesmo efetuar pagamentos.

Há um grande desafio em incorporar essas novidades no comércio, pois envolve a adaptação da estrutura e funcionários no local. Por isso, algumas empresas procuram consultorias e treinamento para se adaptarem a esta nova realidade de maneira mais adequada e objetiva. É onde entra a Advance Consulting, que atua nas áreas de gestão, marketing, vendas e canais, oferecendo serviços a clientes como Microsoft, Oracle, IBM, Intel, SAP, Serasa, Sebrae e outras mais de mil companhias.

Por exemplo: utilizando aplicativos de localização como Foursquare ou mesmo o Places no Facebook, o cliente pode efetuar o chamado "check-in" para colocar nas redes sociais o local onde está no momento. "Identificamos que o cliente entrou na loja e podemos comunicar, durante todo esse tempo, sobre produtos e promoções que sejam do interesse dele através do cruzamento com seu cartão fidelidade", afirma Dagoberto Hajjar, diretor presidente da Advance. Segundo o executivo, o gerente do comércio poderia ainda utilizar essas informações para personalizar uma promoção ou mesmo determinar qual funcionário precisa estar em determinada posição no estabelecimento. "Integramos toda a 'inteligência do varejo' ao ponto de venda", diz, assegurando que as informações só estarão disponíveis caso o consumidor permita.

Casos de implementação de tecnologia móvel já existem. É comum ver restaurantes e lanchonetes com garçons utilizando PDAs para anotar pedidos, ganhando agilidade e reduzindo erros, aumentando assim a margem de lucro com menos desperdício. Ou mesmo a utilização do RFID, que permite reduzir drasticamente o roubo por parte dos funcionários, "uma grande preocupação dos varejistas". "Imagine chegar com as compras no caixa e somente entregar o cartão, pagar e sair, sem a necessidade de perder tempo lendo o código de barras de cada um dos produtos", diz. Mas, de acordo com Hajjar, demais varejistas presenciam a adoção dessas novidades, chegam a tomar conhecimento dos ganhos, "mas não conseguem ver como essa tecnologia poderia ajudar nos seus negócios".

Lojas de vendas de eletro-eletrônicos costumam apresentar esse erro, segundo o consultor. "Acho um absurdo entrar numa loja dessas e ter mais informação o que o vendedor simplesmente porque tenho um celular com acesso à internet e pesquiso tudo de dentro do próprio estabelecimento", afirma. Isso traz um problema também por conta da complexidade desse tipo de produto, que exige mais conhecimento de quem o vende. "Se o vendedor tivesse um smartphone, PDA ou iPad, ele teria muito mais informações corretas e acesso a um sistema que recomendaria o cross-selling para os produtos", exemplifica.

Para o diretor, o varejo brasileiro é formado por poucos e grandes grupos, além de uma ampla gama de pequenos varejistas espalhados pelo país. Estes fizeram a automação do ponto de venda por conta da exigência da legislação e apenas do ponto de vista contábil e financeiro, mas não conseguiram se valer da oportunidade de incrementar o relacionamento com clientes. "Acho que isso deveria ser a grande prioridade dos varejistas para os próximos dois anos', diz Hajjar. "Com o advento do SPED e Nota Fiscal Eletrônica, eles precisarão ter o total domínio e controle de sua engenharia financeira", explica, contando ainda que esses elementos eliminarão a "criatividade contábil, fiscal e tributária", fazendo com que o lucro do empresário caia e exigindo a busca por novas formas de vender com eficiência.

Dagoberto Hajjar acredita que esses pequenos varejistas deveriam já ter incorporado o uso de relatórios gerenciais, BI e sistemas de apoio e decisão, além de estarem começando a testar recursos de comunicação entre clientes e funcionários através de dispositivos móveis, redes sociais e mesmo a utilização de monitores de TVs para melhorar o desempenho de vendas. Para sobreviver à concorrência, eles precisam ter um diferencial e aprender com o modelo das grandes, melhorando o atendimento e adotando a tecnologia para otimizar as vendas. "Isso tudo será bem melhor com a mobilidade e uso da 'inteligência de varejo'", acredita.

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